26.5.05

Fomos ENORMES

Vou falar pela primeira vez neste blog da final da Uefa e da brilhante campanha do nosso clube nesta competição. Analisando a frio todo este ano, julgo que é de muito mau gosto apontar o dedo ao treinador José Peseiro.

É verdade que tudo poderia ter sido diferente se tivesse posto o Douala mais cedo, se não tivesse posto o Rogério ao meio, se não tivesse deixado o Rui Jorge no banco, se o Rogério tivesse metido aquela bola que dava o 2-2 e que, em vez disso, num contra ataque deu o 3-1 que matou o jogo, se o árbitro não tivesse marcado a falta inexistente que deu origem ao primeiro golo, se o Polga tivese jogado, se o Barbosa não tivesse feito os 90 minutos na Luz e os 90 na final, se, se, se... Mas mais verdade, é que nunca o saberemos.

Há que agradecer todo o trabalho a todos, treinador incluído evidentemente. Para os de memória curta eu lembro decisões de extrema importância tomadas por José Peseiro: contra o Feyenoord, entregou o meio campo defensivo a João Moutinho, sem experiência na posição e com poucos jogos no plantel senior. Foi o melhor em campo, anulou o meio campo holandês e levou o Sporting a grande exibição. Peseiro era o maior nesta altura; seguiu-se o Middlesbrough, em que Peseiro colocou Douala na frente procurando fazer um jogo de contenção de bola partindo rapidamente para o contra ataque. Mais uma vez resultou em pleno e a eliminatória praticamente ficou resolvida na 1ª mão; que dizer então das decisões de Peseiro na 2ª mão frente ao Newcastle, depois de um resultado desfavorável? Colocou, contra todas as previsões, Niculae no «onze» inicial. O romeno, em má forma, com pouca mobilidade, mas muito esforço fez o 1-1 pouco antes do intervalo. Com o resultado em 1-1 colocou Pedro Barbosa em campo, que pegou no jogo e levou sem qualquer receio a equipa para a frente, sendo o principal obreiro do restante da reviravolta. No segundo golo, foi dele o remate que permitiu a recarga a Sá Pinto. Faltava ainda um golo para que passassemos. Peseiro chamou Pinilla, que deu muito trabalho à defesa inglesa e ganhou o canto, numa jogada de insistência, de onde resultaria o 3-1 da cabeça de Beto. Mais uma vez, José Peseiro era heroi; Contra o AZ, na primeira mão, volta a apostar em Pinilla que fez aquele golaço que nos colocou em vantagem. Apostou em alguém odiado pelos adeptos e ganhou a aposta. Era um Peseiro em estado de graça; Na segunda mão, optou por colocar Miguel Garcia, até entao pouco utilizado, no lugar de Rogério. O defesa resolveu com aquele golo épico e rubricou uma excelente exibição. Mais uma vez Peseiro acertara.

A final foi perdida com alguma dose de azar, uma pior condição física e uma enorme eficácia do CSKA, especialista em contra ataque. Peseiro fez o que lhe foi possível. Não crucifiquemos quem fez todo este trabalho brilhante. Todos queriamos ver o Sporting de volta aos grandes momentos europeus. A vitória não surgiu... Da próxima teremos mais sorte.

Obrigado a José Peseiro e a todos os jogadores! Fizemos a vontade ao nosso fundador! FOMOS ENORMES

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