20.4.06

CORRIDA SPORTING 100

Excelente ideia! Mal executada!

Participei no passado Domingo na corrida Sporting 100, prova de caracter não competitivo realizada em parceria com a Gold Marathon e organizada pela Fundação Carlos Lopes. Pelos mais variados motivos, é uma excelente iniciativa, no entanto, a meu ver, tem de se repensar os moldes desta prova.

Lisboa carece de uma Maratona de nível Mundial (na verdade, nem sequer tinha nenhuma, até ao ano passado). O que não é de todo compreensível é a escolha da data. Uma prova deste calibre não tem de condicionar a data da sua realização pela existência de outras provas menores noutras datas possíveis. Resumindo... Não tem, dentro do calendário destas andanças, de ser uma prova «tapa buracos».

O resultado esteve bem à vista: quando era esperado que se superasse o número de inscrições inicialmente abertas para a corrida de centenário (6.000 pessoas) e já se falava inclusivamente numa abertura extraordinária de inscrições, para que, nas palavras do nosso presidente «não ficasse de fora nenhum sportinguista», tal número nem sequer foi atingido no conjunto de todas as provas (Maratona, Bike Marathon, Corrida das Famílias, Corrida Solidária e Corrida Sporting 100).

Da prova em si, quero realçar o excelente expírito de camaradagem que aliás, reina habitualmente neste tipo de acontecimentos. O tiro de partida ter sido dado pelo Dr. Ernesto da Silva Ferreira, acompanhado por uma curta mensagem de incentivo aos atletas e ao Sporting, mostra uma tentativa de maior aproximação aos sportinguistas, factor muito importante, numa altura em que essa proximidade me parece bem longe da ideal.

Apesar de a localização dos abastecimentos ser a ideal, é incrível que uma corrida desta dimensão não tenha assinalada a quilometragem, pelo que os atletas corriam sem ter uma noção exacta da distância já percorrida. Se a mim me custou (fiz 11km), imagino aos maratonistas, que tinham apenas assinalada a passagem aos 10, 20 e 30km. No final, faltou pessoal para distribuir os habituais brindes e abastecimentos, pelo que o número de atletas se foi concentrando no corredor existente a seguir à meta, o que provocou uma incómoda situação com muitos atletas, já frios e com a t shirt suada ainda vestida a serem impedidos de sair daquela zona.

A entrega de um diploma do Sporting no final é uma merecida recompensa. Pena é que não tenha havido possibilidades de esta prova ter passado pelo Estádio de Alvalade.

Em termos organizativos, não ficava mal uma parceria com a CP e com o METRO, que pode ter constituido motivo para que houvesse gente a ficar em casa, bem como uma melhor promoção da prova, como acontece com as Meias Maratonas de Lisboa e Portugal. A já referida escolha da data para o Domingo de Páscoa levou a uma quase total ausência não só de atletas, mas também de público.

Para terminar, quero apenas referir que a adesão de sportinguistas foi mínima e se a prova não tivesse tido realização simultânea com a Corrida Solidária, seriam meia dúzia de «leões pingados» a correr pelas ruas de Lisboa.

BG

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